quarta-feira, junho 15, 2005

A calçada junto à mureta fede a toda imundície possível. Ali não bate sol, ali toda água do barranco junto com toda urina de ratos, gatos e cachorros e suas fezes caem e ficam. Mas ainda assim é o melhor lugar para se passar durante a noite. As luzes dos postes batem apenas no lado oposto e aqui grudado a mureta embolorada eu estou fora da visão de qualquer um.

Não demora muito para chegar em casa. Finalmente posso abrir as mãos que seguravam as chaves. Elas fazem muito barulho quando ficam soltas. Mesmo na porta do lar tomo cuidado para ao girar a chave não fazer barulho.

Isto aconteceu ontem. Porque eu descrevo estes fatos agora? Acho que é apenas uma vontade de escrever sem ter o que falar sobre. O vocabulário não falta. A vontade não falta. O ritmo não falta. Assunto. O vida arrastada, sem graça, antes desgraça.

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